50 ANOS DEPOIS,CONSÓRCIOS RESPONDEM POR PARCELA SIGNIFICATIVA NA MOTORIZAÇÃO DO BRASILEIROS
IMÓVEIS, SERVIÇOS E ELETROS, PRESENÇAS NO DIA A DIA
PRÊMIO ESTIMULARÁ NOVAS IDEIAS PARA OS CONSÓRCIOS
A origem do Sistema de Consórcios, uma criação brasileira dos anos sessenta, objetivou a viabilização das vendas dos primeiros automóveis nacionais. Cinquenta anos depois, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), metade dos domicílios brasileiros dispõe de pelo menos um veículo para deslocamento de seus moradores.
“Os consórcios, nessas cinco décadas, responderam pela aquisição de milhões de veículos automotores, novos ou usados, nacionais ou importados, contribuindo significativamente para essa marca”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. “Um exemplo recente ocorreu nos onze primeiros meses de 2010, quando mais de 800 mil contemplados puderam comprar o seu carro, motocicleta ou mesmo caminhão, para facilitar seus deslocamentos de ida e volta de casa para o trabalho, exercer sua atividade profissional, em área urbana ou rural, além de desfrutar do lazer”, diz o presidente executivo.
No período, houve ainda mais de 1,6 milhão de novas adesões, sinalizando que o mecanismo pode ser utilizado como o meio mais econômico de aquisição de um veículo de qualquer natureza, dentro do planejamento financeiro pessoal ou familiar, acumulando 3,36 milhões de participantes no maior setor do Sistema.
De acordo com a pesquisa do IPEA, a expectativa para o futuro é de crescimento da motorização da população em razão da política de incentivos e da conseqüente ausência de investimentos em infra-estrutura de mobilidade. “Esse cenário nos leva a projetar um crescimento importante para os automotores, visto que o brasileiro tem utilizado o consórcio como forma de poupança programada para tais realizações. Nele, o consumidor disciplina sua economia mensal; não se inclui nos quase 16 milhões de contas de poupança inativas, segundo dados de junho de 2010 do Banco Central; e, principalmente, concretiza seu objetivo”, diz Rossi.
IMÓVEIS, SERVIÇOS E ELETROS, PRESENÇA NO DIA A DIA
De janeiro a novembro, no mercado imobiliário, o consórcio repetiu o crescimento de anos anteriores, possibilitando a mais de sessenta mil contemplados a aquisição de imóvel para morar, instalar seu negócio, passar férias ou mesmo servir como fonte extra de renda. Com a mesma expectativa de formação ou ampliação de patrimônio, 210 mil brasileiros aderiram aos consórcios, nesses meses. Paralelamente, os trabalhadores que utilizaram seu FGTS para amortizar parcelas e liquidar seus débitos somaram 2.931, totalizando pouco mais de R$ 49,9 milhões, no período.
Sem ter ainda completado dois anos de existência, os consórcios de serviços vêm gradativamente solucionando as necessidades dos que precisam de um mecanismo simples e barato para realização de atividades em vários setores da prestação de serviços. No período (janeiro a novembro), 5,5 mil novos consorciados aderiram aos grupos e abriram novas perspectivas para esse importante segmento, que respondeu por cerca de 68,5% do PIB, em 2009.
A competitividade e as características próprias provocaram alternâncias no setor de eletroeletrônicos e outros bem móveis que tiveram momentos de pico de vendas seguido de meses de crescimento em novas adesões. Assim, por exemplo, em agosto último houve 9,7 mil novas comercializações, seguidas de totais mensais de 5,2 mil em setembro, 5,5 mil em outubro, e 6,5 mil em novembro.
“Baseado em 2010, os indicativos para este ano, considerando os mercados de veículos automotores, imóveis, eletroeletrônicos e serviços, levam a ABAC projetar um crescimento de sete a dez por cento nas vendas globais, podendo atingir a marca de 2,15 milhões de novas cotas”, estima o presidente executivo da entidade. “Aliás”, continua, “os aumentos constantes nas adesões e as consequentes contemplações, momentos de consumo no Sistema de Consórcios, contribuíram para a ampliação ou manutenção da produtividade industrial que, até o terceiro trimestre de 2010, já atingia a cifra recorde de 8,5% sobre o patamar de 2002, segundo dados divulgados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI)”.