Consórcio de Serviços é destaque por alta de 85%
Luciele Velluto
O brasileiro descobriu o consórcio de serviços como uma alternativa para pagar festas, viagens, cirurgias estéticas, estudos, entre outros serviços que precisam de planejamento e recursos financeiros para serem adquiridos. A contratação de novas cotas para essa modalidade cresceu 85,2% de janeiro a novembro do ano passado em comparação ao mesmo período de 2009.
Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), até novembro de 2009 foram vendidas 2.970 cotas, ante 5,5 mil em igual período de 2010.
O número de participantes nessa modalidade de consórcio cresceu 76,5%, passando de 3,4 mil para 6 mil na comparação entre os dois períodos e o valor médio contratado passou de R$ 5.653 para R$ 7.068 de 2009 para 2010, uma alta de 25%.
De acordo com o presidente regional da Abac para a região de São Paulo, Luiz Fernando Savian, esse forte crescimento ocorre porque o consórcio de serviços ainda é uma novidade e está em fase de descoberta pelos consumidores. “Essa modalidade começou no início de 2009 com a nova lei dos consórcios e depois de um tempo as empresas começaram a operar. A diferença é que não há bem alienável nesse tipo de consórcio, como carro ou imóvel, e a carta de crédito pode pagar qualquer tipo de serviço”, explica.
Os serviços que mais têm despertado o interesse tanto das empresas de consórcio quanto dos clientes são os de turismos, procedimentos estéticos, como cirurgias e odontologia, festa de casamento e de debutante, educação e reformas. Porém, há a possibilidade de ampliação para outras áreas, como o setor de franquias, que deve ser ofertado em breve para quem quer abrir um negócio.
Segundo Savian, o maior valor de carta de crédito para o setor de serviços em consórcio é de R$ 250 mil. “A pessoa pode contratar o valor para um serviço, independentemente de qual seja. E pode desistir, como no caso de uma festa de casamento, e usar o dinheiro para pagar por outro serviço”, diz.
Para o professor de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios, Ricardo Cintra, o recomendável para quem quer entrar em um consórcio de serviços e ter um tempo razoável para o uso do crédito. “Se tem tempo para contratar o serviço, o consórcio pode ser interessante e mais barato do que um financiamento com o banco. Mas se o prazo é curto, de meses e que ainda precisa contar com o sorteio, melhor procurar outra forma de se financiar”, diz.
A recomendação do advogado especialista em finanças e consórcio, Luiz Felizardo Barroso, é que o consumidor sempre veja a situação financeira da empresa antes de fechar o contrato. “Do mesmo jeito que a empresa vai levantar informações sobre o cliente, o cliente deve também buscar informações sobre a empresa de consórcio”, afirma.
Outra dica é pesquisar a taxa de administração cobrada para os consorciados, pois essa varia entre as diversas administradoras.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/consorcio-de-servicos-tem-alta-de-85/